A importância da cobertura de cirurgia bariátrica pelo Plano de Saúde
Entendendo a Regulamentação da ANS
Muitas dúvidas surgem quando o assunto é a cobertura de cirurgia bariátrica pelo plano de saúde. Ainda mais porque realização desse procedimento cresceu significativamente nos últimos anos, e é essencial saber quais são as regras estabelecidas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Requisitos para a Realização da Cirurgia
Para que a cobertura da cirurgia bariátrica seja possível e obrigatória pelo plano de saúde, alguns requisitos precisam ser atendidos. O procedimento é indicado por um profissional da saúde, ser considerado necessário para a melhoria da saúde do paciente, e o paciente deve atender a critérios como idade, histórico de obesidade e comorbidades.
Quais os tipos de cirurgia bariátrica existentes?
1. Gastrectomia vertical
Também conhecida como Sleeve , é uma cirurgia que envolve apenas o estômago, ou seja, não é alterado o caminho natural do alimento. Nela, é feita uma tubulização do estômago , em que o órgão, que normalmente possui um volume de 1,5 a 2 litros, passa a comportar apenas 150 ml. Além disso, ele se torna fino e delgado, como se fosse uma manga de camisa.
Atualmente, já é a técnica mais realizada no mundo, principalmente porque, a longo prazo, é o que apresenta menos complicações metabólicas , como deficiência de vitamina. Além disso, reduz a necessidade de passar por uma nova operação devido a complicações, como hérnias internas.
2. Derivação gástrica em Y de Roux
Nesse procedimento, também chamado de Bypass Gástrico , é feito o grampeamento de parte do estômago , dessa forma reduzindo o espaço disponível para o alimento, e um atalho entre a parte mais distal do intestino e o estômago – promovendo o aumento da saciedade.
3. Duodenal Switch
É a associação entre os dois procedimentos acima. Nele, 60% do órgão é retirado, mantendo, porém, sua anatomia básica e fisiologia de esvaziamento.
4. Banda gástrica ajustável
Nesse tipo de cirurgia bariátrica, é instalado um anel de silicone ao redor do estômago, visando apertá-lo e, com isso, controlar o esvaziamento do estômago . Representa apenas 1% dos procedimentos realizados no Brasil
Cirurgia laparoscópica
Todos os procedimentos são feitos hoje por via minimamente invasiva, tanto laparoscópica quanto robótica, de forma que há excelente controle da dor no pós-operatório com incisões muito pequenas, não maiores do que 12 mm. Enfim, os resultados são animadores.
Como é o pré-operatório? E o pós?
É fundamental que antes de ser submetido à cirurgia o paciente passe por uma avaliação multidisciplinar. Ele precisa ser avaliado por diversos profissionais, como:
- Endocrinologista;
- Nutricionista;
- Psicólogo;
- Cardiologista.
Geralmente, é solicitado que haja a perda de uma certa quantidade de peso . Isso é importante pois diminui os riscos de complicação no pós-operatório, sobretudo para quem possui superobesidade, ou seja, IMC superior a 50.
O pós-operatório no período imediato é feito em ambiente hospitalar, visto que o paciente precisa ficar internado por cerca de 48 horas. Ao longo das primeiras 2 semanas, é liberada a ingestão apenas de líquidos.
Posteriormente, aos poucos, é possível aumentar a consistência dos alimentos. Porém, durante 2 meses a dieta é bastante restrita, justamente porque há grande modificação estrutural do órgão.
É necessário, ainda, utilizar algumas medicações, principalmente os inibidores de bomba protônica, como omeprazol, a fim de diminuir a acidez do estômago e as chances de complicações agudas. Os anticoagulantes também podem ser necessários, principalmente no período em que o paciente precisa ficar mais tempo deitado.
É preciso realizar alguma cirurgia pós-bariátrica?
Devido a grande perda de peso então mais da metade dos pacientes desenvolvem pedra na vesícula biliar . Logo, grande parte deles precisa ser submetido a colecistectomia.
É comum também que o paciente fique com excesso de pele. Nesses casos, geralmente é recomendamos realizar uma cirurgia plástica reparadora em algumas partes do corpo, como:
- Mama;
- Abdômen;
- Coxas;
- Braços;
- Face.
Porém apenas quando o peso do paciente já se encontra estável será realizada– o que pode demorar até 2 anos. Alguns casos podem necessitar fazer essa cirurgia reparadora antes, como quando o excesso de pele e gordura estão prejudicando na locomoção.
Cobertura e Custos
É importante ressaltar que a realização da cirurgia bariátrica pelo plano de saúde não deve gerar custos adicionais para o paciente, uma vez que é uma cobertura obrigatória. Caso o paciente opte por realizar o procedimento em um hospital não conveniado, há a possibilidade de solicitar reembolso parcial das despesas.
Procedimentos Adicionais
Além da cirurgia bariátrica por vezes os planos de saúde também costumam cobrir procedimentos para retirada do excesso de pele decorrente da perda de peso. É fundamental que o mesmo médico que prescreveu a cirurgia bariátrica também indique a necessidade desse procedimento.
Tempo de Autorização
A ANS estabelece que a operadora do plano de saúde deve autorizar a cirurgia bariátrica dentro de um prazo de 21 dias após o pedido. No entanto, há prazos de carência que devem ser considerados, dependendo do quadro de obesidade do paciente no momento da contratação do plano.
Recusa do Plano de Saúde
Caso o plano de saúde negue a realização da cirurgia bariátrica, é aconselhável buscar orientação especializada na área jurídica da saúde e do consumidor. Um advogado analisará os motivos da recusa e orientar o paciente sobre os próximos passos a serem tomados.
Conclusão
Em resumo, a cobertura de cirurgia bariátrica pelo plano de saúde é uma garantia estabelecida pela regulamentação da ANS. No entanto, é fundamental conhecer as regras e condições específicas de cada plano para evitar surpresas desagradáveis. Fale com nossos especialistas e saiba mais.